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Apresentação

Em comemoração aos 25 anos de fundação, a CiaTeatro Epigenia apresenta seu novo projeto teatral: a história pregressa de Lorde Cigano, personagem eternizado por José Wilker no filme BYE BYE BRASIL de Cacá Diegues. Uma analogia criada para contar a origem da existência desse personagem antes de se tornar um ícone da cultura nacional! Objetivando uma equidade social e de gênero, o elenco será composto por atores/músicos trans, LGBTQIAPN+ e negras(os) selecionados através de 03 workshops com 20 vagas em cada, de onde serão selecionados 10 artistas para um mergulho teatral de 04 dias, para escolhermos o elenco que se juntará ao ator Gustavo Falcão.

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Epigenia como conceito

Potente
Analogia

Antes de ser Lorde, ele foi só um menino do interior, encantado com as cores das feiras, com a fala mansa dos forasteiros e com os mágicos de palha e fumaça. Veio de uma família cigana, mas cedo trocou a trilha de terra pela promessa dos trilhos.

 

Ouvia no rádio que o mundo era maior e que a cidade grande brilhava feito ouro falso, mas ainda assim era ouro! E acreditou.

Foi. Deixou o sertão a vila cigana onde cresceu. O trem levava os sonhos de muita gente, o dele também. Mas a cidade grande é bicho de dentes afiados — viu, perdeu, caiu. Dormiu em chão de delegacia, trabalhou por prato de comida, riu de nervoso. Lido e corrido, como diziam os antigos. Mas nunca perdeu o brilho nos olhos nem a ideia torta de que a vida, mesmo dura, ainda podia virar espetáculo.

Com fé em Deus — e no próprio talento —, um dia ganharia na loteria. Ou inventaria uma. E foi assim que nasceu Lorde Cigano.

Não por título ou herança, mas por invenção própria. Um artista do abismo, um mágico da escassez. Com sua caravana de encantos, seguiu pela Transamazônica e pelos desvios do destino, criando um Brasil imaginário onde a poesia ainda tinha lugar — mesmo que em cima de um caminhão.

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Analogia
Ideia

Proposta Conceitual

A ideia

Este projeto reafirma o papel essencial da cultura como ferramenta de transformação e equidade social, ao promover a circulação de um espetáculo de teatro de rua com profundo impacto simbólico, poético e territorial. Trata-se de uma celebração do artista mambembe — o artesão da cena, o mágico das palavras, o curandeiro do coletivo — que leva a arte diretamente ao encontro do povo.

 

Atuando em praças públicas e dialogando com comunidades muitas vezes excluídas do circuito cultural, A Fantástica Caravana Mística de Lorde Cigano representa um gesto de resistência e encantamento.

 

A proposta promove a difusão cultural e valoriza expressões diversas da identidade brasileira, garantindo acesso gratuito à arte em regiões afastadas dos grandes centros. Sua força está na circulação de um espetáculo que ativa redes locais e reafirma os artistas populares como portadores de sensibilidade, memória e transformação.

 

O espetáculo parte da figura mítica de Lorde Cigano — personagem imortalizado por José Wilker no clássico Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues — para propor uma narrativa original e brasileira. Aqui, Lorde é Franco Rroma, um artista mambembe, meio curandeiro e meio ilusionista, que viaja com sua esposa Graça — uma mulher trans — e seu empresário Teófilo, descendente de porto-riquenhos. Juntos formam a fantástica “Caravana da Fé”, que percorre cidades levando promessas de cura e encantamento. Com música ao vivo, poesia, canto e circo, os três artistas — acompanhados de um quarto músico — encantam o público com suas dores, amores e lirismo.

 

A peça trata de amizade, amor e fé na humanidade. A cura acontece pela arte. A dramaturgia do espetáculo nasce de uma espinha já escrita, mas ganha corpo na relação com os territórios, nos improvisos e na escuta dos intérpretes. A simplicidade obrigatória cria uma estética próxima ao lirismo felliniano — brasileira em sua essência e simbólica em sua entrega.

 

A representação de histórias e personagens identificadamente brasileiras — de um Brasil muitas vezes fora do olhar cotidiano urbano — contribui para o fortalecimento de uma identidade cultural plural, enraizada no afeto, no pertencimento e no orgulho nacional.

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Teatro Brasileiro: Equidade & Qualidade

elenco inclusivo

Androginia de Lorde Cigano

Elenco
Inclusivo

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Uma seleção inclusiva significa oferecer papéis escritos para homens a mulheres e garantir que atores gays, transgêneros e deficientes tenham oportunidades de interpretar pessoas de suas próprias comunidades e de fora delas. O objetivo é abordar as desigualdades sistêmicas que existem no ramo, fornecendo mais trabalho aos grupos marginalizados e impedindo o apagamento de pessoas não-brancxs, não-binárixs, gays e etc, de papéis importantes.

No nosso caso, nos inspiramos na artimanha andrógina de Lorde Cigano em seus show de ilusionismo, para criar o jovem que lhe precede. A atriz é uma pessoa que nasceu com gênero masculino mas se reconhece como mulher, a maneira como se veste é a mesma que você que está lendo esta proposta: variada. De acordo com o espírito, vontade e humor do dia. Fará a personagem de gênero masculino, Franco Rroma, identificado com a androginia de Lorde Cigano. A atriz mulher trans. Nasceu do gênero masculino mas sua vida íntima e social é toda vivenciada como uma mulher. Não fará uma mulher na peça. Grace é exatamente uma inspiração nessa realidade de vida da própria atriz. Uma mulher trans que é casada com um Homem bisexual. Ainda contaremos com um ator Cis, nasceu homem e se reconhece como tal. 

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Elenco composto por três notáveis e multi talentosxs artistas que cantam e representam, sendo referência nas artes
há tempos.


A CiaTeatro Epigenia traz uma proposta de "elenco inclusivo", não por assistencialismo, e sim por grande Qualidade e Talento.

Assim, encarando as desigualdades sistêmicas, fornecemos mais trabalho aos grupos marginalizados e impedimos o apagamento dessas pessoas de papéis importantes, privilegiando sempre a qualidade na escolha desses artistas, assim garantimos um elenco de altíssima qualidade.

Dramaturgia

A história

Força da
estrutura
dramática

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Uma das principais características do teatro é sua habilidade de “fantasma” - permitir que o público sinta que “estamos vendo o que vimos antes”.

 

Esse tipo de teoria da recepção, ou "fantasma", é importante para a compreensão de vocês, e no futuro dos espectadores, sobre a dramaturgia da peça. Nossa história é feita de passado, ou passados!

O teatrólogo Marvin Carlson observa que o teatro é o repositório da memória cultural, mas, como a memória de cada indivíduo, também está sujeito a ajustes e modificações contínuas, à medida que a memória é evocada em novas circunstâncias e contextos.

 

Tanto a estética dramatúrgica quanto a maneira como ela é contada, está permeada por experiências e associações anteriores, assim a experiência ao assistir ao espetáculo se aproxima do conceito dos “fantasmas”.

 

O processo de fantasmas é um processo de muitas repetições e recontagens de histórias, no nosso caso da mesma história. Ela é contada por três personagens: o nosso Lorde Cigano, sua amante a atriz trans Grace e seu empresário, o músico Teófilo.

 

A recontagem da história vai causando esse “efeito fantasma” no espectador. Carlson diz “todo teatro é uma atividade cultural profundamente envolvida com a memória e assombrada pela repetição”.

 

Essas repetições fantasmagóricas são encontradas não apenas no texto da peça, mas também nos figurinos, cenário, música. O teatro, como afirma Carlson, “é, e sempre foi, contado por seus fantasmas. E essa assombração tem sido uma parte essencial do significado e recepção do teatro por seus públicos em todos os tempos e lugares”.

 

 

Grace, Teófilo e o próprio Franco Rroma é que contam a história da Caravana Mística da Boa Cura. Os três viajam pelo interior das cidades brasileiras realizando encontros de “ fé e cura” com o grande curandeiro Franco Rroma, futuramente transformado em Lorde Cigano no filme de Cacá Diegues.

 

O espetáculo percorre estruturado na fé das pessoas no Cigano Franco Rroma, como ele consegue fazer com que as pessoas fazendo acreditem em coisas inimagináveis… a história de um curandeiro e seu poder de enfeitiçar seus pacientes com sua reza, sua música e muita magia!

 

Franco Rroma é o maior curandeiro de fé que o Brasil conheceu.

 

 

Disso que se faz a nosso caminho de criação dramatúrgica: três personagens contam a história de cura e fé de do cigano Franco Rroma, cada qual com seu ponto de vista específico. Isso se faz inicialmente em monólogos separados, em tempos diferentes.

 

Em uma segunda fase retomam a história juntos em cena, porém em um espaço/tempo ainda diferente. O público é levado a um lugar de crença e fé cênica ao se envolver plenamente no complexo dilema se ele é um verdadeiro curandeiro ou um charlatão.

 

Os relatos reais de cura, e isso as duas personagens afirmam ser testemunhas oculares dos feitos do cigano, só aumentam o conflito. Somente na terceira parte, a parte final, que estão todos no mesmo lugar - ao mesmo tempo -, público e personagens, que acontece a revelação: dos três personagens, apenas o cigano Franco Rroma é real

Conceito dramatúrgico

A ilusão

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PROPOSTAS

  • Espaço de convivência do Sesc Pompeia

  • ​PALCOS: de pequeno porte das unidades

Espaços

Felliniana

Licença
Poética

Nosso interesse em mergulhar nesse universo reside na poesia e na beleza de lugares desse nosso Brasil, que onde o natural seria apenas existir. Levar a vida somente, apenas o registro de uma existência recheada de solidão, dias patéticos e futuro fadado a apenas esperar pelo fim. No entanto, no Brasil ainda vemos personagens imbuídos de uma fascinação sincera pela ideia da arte, do mágico, do etéreo... nascendo daí a essência mais pura dos espetáculos ‘feitos com a mão’.   O Artesão, o Mágico, o Artista... a simplicidade obrigatória que cria uma estética próxima ao lirismo felliniano.

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Fellini
Criadores
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Vai pela estrada enluarada
Tanta gente a retirar
Levando só necessidade
Saudade do seu lugar

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