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Teoria e Prática

Aprofundar a dramaturgia como chave de leitura e criação no cinema significa compreender suas estruturas narrativas e como elas sustentam a obra audiovisual. Esse campo de estudo envolve tanto a análise do texto dramático — o drama em si, sua arquitetura de conflitos, diálogos e subtextos — quanto a sua transposição para a cena filmada.
Inspirado pelo método de Eugenio Kusnet — especialmente sua noção de unidade da cena (divisão em unidades de ação, objetivos e conflitos) —, esse pensamento propõe que a dramaturgia não se limite ao papel, mas se converta em corpo, imagem e tempo. Assim, o texto é desdobrado em ações, intenções e ritmos que, diante da câmera, revelam camadas mais profundas da narrativa.
Dramaturgia, portanto, é compreendida aqui como estrutura viva, capaz de orientar roteiristas, diretores e atores tanto no estudo do drama escrito quanto na criação orgânica da cena cinematográfica.
Este conceito apresenta um caminho técnico para a direção de atores no cinema, fundamentado na dramaturgia a partir das contribuições de Eugenio Kusnet e David Mamet. O ponto de partida não é a invenção de um “interior psicológico” para o personagem, mas a análise objetiva do texto, focada em suas ações, objetivos e conflitos.
Para Kusnet, o trabalho se centra na unidade da cena, compreendida através da Ação Física e da Análise Ativa. Nessa visão, o ator não “interpreta” o personagem em termos subjetivos; ele age, cena a cena, a partir do que o autor propõe. O exercício é sempre descobrir o que acontece em função da ação dramática, nunca supor estados emocionais prévios.
De forma complementar, David Mamet organiza a atuação em torno de objetivos claros e do jogo da cena. A análise se baseia em perguntas diretas: o que o personagem quer, de quem ele quer, o que está em jogo se não conseguir, e por que a ação precisa acontecer agora. Cada palavra ganha uma função dramatúrgica, transformando a cena em um campo de ação, e não um espaço para justificativas emocionais.
Da interseção dessas visões, nasce um método onde o personagem não é tratado como uma “pessoa inventada”, mas como um elemento dramatúrgico que se revela pela ação. É no encontro prático entre ator, texto e direção que o personagem se constrói para o espectador.
Essa abordagem oferece um caminho conceitual para solucionar problemas recorrentes na direção de atores, como interpretações vagas, o excesso de psicologização e a perda de foco na ação dramática. Como argumenta o diretor Gustavo Paso, reforçando essa perspectiva:
“Minha inclinação filosófica e minha experiência de trinta anos me ensinaram que não há nada no mundo menos interessante do que um ator no palco imerso em suas próprias emoções. O próprio ato de lutar para criar um estado emocional nele o tira do jogo.”

Prática
Interpretação
Atores e Atrizes para um Teatro Contemporâneo
CTE
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